Gênesis 3.9-17
Este texto bíblico registra a instalação do primeiro tribunal da história da humanidade.
Nele Deus investiga, julga e sentencia os envolvidos na tentação e queda do primeiro casal que deu
origem à primeira família de que temos registro.
1 – O homem no tribunal divino: Gn 3.9-11.
Apesar da iniciativa da tentação ter sido da serpente, e de a mulher ter sido enganada, o homem é que primeiro é chamado à responsabilidade. Ele foi criado primeiro; ele foi incumbido de responsabilidades no Éden; ele deveria responder pelo cumprimento da ordem divina.
Sempre que acontece algo num setor, mesmo que tenha sido cometido por um subalterno, o líder é que é chamado para responder pelo ocorrido.
Aqui temos o princípio da responsabilidade do chefe de família pelo que acontece entre os membros da mesma.
O homem é o sacerdote do lar e, como tal, é responsável diante de Deus pelo cuidado e proteção de sua família. Vejamos apenas dois das muitas referências a que Jesus fez sobre a responsabilidade do “pai de família”.
1.1 Ele é responsável pela proteção de sua família: Mt 24.43.
1.2 Ele é responsável pelo ensino de sua família: Mt 13.52.
1.3 Todos são responsáveis perante Deus: Gn 3.12. Comparar com Ez 18.20.
Essa atitude do primeiro casal é chamada de “Síndrome do Éden”, ou seja, a de transferir para outrem a responsabilidade para o outro.
De certo modo Adão responsabiliza Deus por sua transgressão, ao dizer “a mulher que tu me deste”; em seguida ele diz que ela lhe deu do fruto proibido, por isso que ele comeu. Quer dizer: Eu não fui à árvore e peguei do fruto; ela que fez isso.
Mais adiante veremos como Deus aplicou a sentença no Éden.
Deus não discute a “defesa” do homem, e chama a mulher ao tribunal:
2 – A mulher no tribunal divino: Gn 3.13.
Ao homem, Deus pergunta: “Quem te mostrou?”.
À mulher, ele pergunta “Que é isso que fizeste?”.
Deus avalia e julga cada pessoa segundo sua responsabilidade pessoal, por isso a Bíblia diz que “cada um dará contas de si mesmo a Deus”: Rm 14.12.
A mulher também transfere sua responsabilidade para a serpente, dizendo que foi enganada pela mesma. Ela não disse: Eu pequei e induzi o meu marido a pecar.
É sempre assim: O criminoso responsabiliza a sociedade; o pobre responsabiliza o rico; o filho rebelde responsabiliza o pai… e quando for pai será responsabilizado pelo seu filho; o empregado responsabiliza o patrão (e vice-versa). E assim ninguém assume a sua culpa e nem toma a decisão de mudar.
Porém, apesar de Deus parecer manter-se em silêncio, ele ouve a todos, mas julga segundo a justa justiça, conforme veremos mais a seguir.
Deus não profere sua sentença antes de ouvir o casal envolvido.
A quem você está transferindo a responsabilidade por suas culpas
Deus é justo Juiz, pois apesar do homem transferir sua responsabilidade para a mulher, e a mulher para a serpente, Deus não deixou de dar sua sentença a cada um dos responsáveis.
O tribunal do Éden é um princípio que deve não somente nortear o juízo, mas também nortear a família: Ouvir os acusados.
Deus nos dá a oportunidade de assumir e confessar os nossos erros, porque haverá um dia em que Deus, com justiça, há de julgar a todos.
Contudo, no tribunal do Éden faltava ouvir a serpente.
3 – A sentença divina:
3.1 A sentença sobre a serpente: Gn 3.14-15.
Deus não faz perguntas à serpente, mas inicia a sentença a partir da mesma.
A serpente, no caso, que era o diabo e Satanás, já tivera sua primeira sentença no céu, ao ser expulso de lá: Is 14.12; Ap 12.9.
Agora ela tem sua sentença pelo que fez ao primeiro casal:
a) Seria maldita entre todos os animais.
b) Rastejaria sobre o ventre.
c) Comeria pó todos os dias da sua vida.
d) Seria inimiga da mulher e da descendência desta.
e) A descendência da mulher feriria a cabeça da serpente.
Ainda que haja muitas fábulas de como poderia ter sido a serpente, não temos informação bíblica concreta, por isso devemos nos fixar em que a sentença é dirigida a Satanás, através da serpente.
3.2 A sentença sobre mulher: Gn 3.16.
a) Aumento do sofrimento na gravidez.
b) Teria filhos com dores.
c) Seria governada pelo marido.
3.3 A sentença sobre o homem: Ver Gn 3.17-19.
4 – O tribunal do juízo final:
4.1 Dois tribunais ainda serão formados:
a) O tribunal dos salvos: 2Co 5.10; Ap 22.12. O salvo por Jesus é livre do juízo final, porque ele já está sendo julgado: 1Pe 4.17. Estamos sendo julgados para não sermos condenados junto com os perdidos: 1Co 11.31-32.
b) O tribunal dos perdidos: Mt 25.31 e 34; Ap 20.10-12. Todos havemos de comparecer ante o tribunal divino. O julgamento final será com justiça, mas ainda é tempo para que nos livremos da condenação final: At 17.30-31.
E você, como pretende estar no tribunal divino?
Aproveite a oportunidade enquanto pode se arrepender e livrar-se do julgamento final.